terça-feira, junho 30, 2009

Melancolias passageiras


segunda-feira, junho 29, 2009

Sábado de madrugada


quinta-feira, junho 25, 2009

Navio naufragado

Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.

É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.

Em seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.

E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves dos cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos de videntes.

[Sophia de Mello Breyner Andresen]

Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas

Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.

[Desconhecido]

terça-feira, junho 16, 2009

Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!


[Fernando Pessoa]

domingo, junho 14, 2009

Noite


sábado, junho 13, 2009

Tudo o que faço ou medito

Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo quero o infinito.
Fazendo nada é verdade.

Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço.

Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além…
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.


[Fernando Pessoa]

domingo, junho 07, 2009

cascais


Cascais


sábado, junho 06, 2009

Momentos mágicos


sexta-feira, junho 05, 2009

Natos para morrer


Nascemos frustrados
Inconformados
Desde logo,
Alienados;
Crescemos cercados
Ambicionados
Desde logo,
Ludibriados;
Morremos esquecidos
Amargurados
Desde sempre,
Enganados.

© Amores Perfeitos – Nuno Pinto Bastos

segunda-feira, junho 01, 2009

Nomeei-te no meio dos meus sonhos

Nomeei-te no meio dos meus sonhos
chamei por ti na minha solidão
troquei o céu azul pelos teus olhos
e o meu sólido chão pelo teu amor

[Ruy Belo]