terça-feira, julho 26, 2011

Limiar

Somos ainda o limiar - espessa
nuvem embrionária. Verdes,
imaturos crustáceos
emergimos
à superfície grávida
das ondas. Somos
o medo ou sua
improvável renúncia. O que
sabemos do
amor, da morte, é só
difusa,
opaca,
luminosa fábula.

[Albano Martins]

segunda-feira, julho 25, 2011

O discurso do silêncio

Eu falo sobre o silêncio
o da morte, o do medo
o da traição
o de sentir pulsar a natureza
sem os tumores de aço e de betão

Eu falo sobre o silêncio
o que fica se alguém parte
o de deixar ouvir a música
o das fotografias
o noctumo, o sideral

Eu falo sobre o silêncio
que é o magma original
onde regressam as vozes
movimentos, mutações

Eu choro sobre o silêncio
Quando abro a janela
já a morte atravessa a manhã


[José Carlos Teixeira]

sexta-feira, julho 22, 2011

quinta-feira, julho 21, 2011

Que de nós dois

Que de nós dois
O mais sensato sou eu,
- E uma forma delicada
De dizeres que sou mais velho.
Ora é verdade
Ser eu quem tem mais idade.
Mas daí a ter juízo
Vai um abismo tão grande
Que é preciso,
Com certeza,
Que o digas com ironia
E nenhuma simpatia
Pelo engano em que vivo.
O engano de ter rugas
E nunca fitar um espelho...
Vê lá tu que eu não sabia
Que sou dos dois o mais velho.

[Reinaldo Ferreira]

domingo, julho 10, 2011

Café