quarta-feira, setembro 20, 2006

Bóias de luz

Ah... essas palavras banais
Dos boleros sensuais
São verdades diárias
São dores tão normais

Ah... esses rostos comuns de tanta gente
São como bóias de luz apagadas temporariamente

O meu olhar desconhece a paisagem
E só procura saber
O que não mostram as vitrines

Um sorriso de mulher
Um pedido de cigarro
Um telefone enguiçado
Emudecendo um recado de amor

Uma sanfona modesta chora escondida
Pelos tapumes febris das construções

E assim de retalho em retalho
Se tece a dor dos boleros
E das ruas da cidade

(Sueli Costa e Abel Silva)

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