sexta-feira, setembro 15, 2006

Rabisco no papel

(Fotografia retirada da web)

Rabisco no papel
a procura subtil da harmonia
Mas a harmonia é tão vaga
E efémera
Que se esfuma...

E os rabiscos
Não passam de simples
Rabiscos...
Resta sómente a caneta
Titubeante
Indecisa
E o Eu
O somático
O Eu
Que belisco e torturo
Na esperança
de ultrapassar este vazio...

A dor física
Desvia por instantes
A desordem do meu Ser
E assim estou eu
Duvidando de mim
Se existo na essência
Ou na matéria
Ou momentaneamente
(talvez...)
Na harmonia



Maria do Céu Castelo-Branco (2001)

In Exílio(s) com África no fundo do olhar. Coimbra: Pé de Página Editores

2 comentários:

Anónimo disse...

és a mais linda e eu amo-te muito,
joao tiago castelo branco

Anónimo disse...

És uma grande poeta e gosto muito dos teus poemas.