quinta-feira, setembro 14, 2006

Por entre (In) termináveis ausências





















Fundiram-se nossos corpos
De sons e movimento(s)
Sem palavras
Só acordes
Nessa coisa inevitável
Que é a vida

Guardo-te
Pelo sorriso amável e constante
Pela graça das graças
Porque rimos
Pelas palavras que (não) dissemos…
E pelos desejos que por desejar ficaram...

Guardo-te
Pelo olhar tranquilo que por mim adentro flúi
Pelo pulsar que ainda sinto e me percorre
Pela ternura que lentamente me inebria
E porque sedenta continuo

Queria abraçar-te
E amar-te lentamente
E dizer-te porque gosto de ti…
Que não estás só…
Porque mesmo quando o mundo desaba
E a tristeza o olhar tolda
E o medo se entranha e nos sufoca
(e se sei… quando tudo escurece e o corpo esgota)
Se recomeça do vazio…
Que se ilumina passo a passo
Verso a verso
Devagar
Devagarinho…
mas andando…

Prostrada no caminho por onde passas (quase) sem me ver...
… iria ao rio e despojar-me-ia de roupagens e disfarces
E dir-te-ia:
- Descobre-me
Porque ainda espero...

Maria do Céu Castelo-Branco (2003)

Sem comentários: