Horas profundas, lentas e caladas,
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Ouço as olaias rindo desgrenhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata pelas estradas…
Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos.
Vestiu-os o luar de sedas pura…
Sou chama e neve banca e misteriosa…
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
florbela espanca
[Vila Viçosa, 1894 – 1930]
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
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