um fusil com
balas de insulto pede-me
a pontaria certa para a queda.
a ferida entreaberta que desce o corpo ,
atabalhoadamente ,
sem cores, talvez rubra ,
talvez não , chama-me.
doem-me as mortes , até as verdadeiras.
como se fossem falsas ,
como se me agonizassem sem que eu peça que mintam.
são mentira, as balas de insulto , de fel insulto.
é mentira a arma com que se dispara a emoção , ou as rajadas de emoção.
a inércia dá à costa , e as lágrimas dispõem-se em areal para a receber.
então eu marco um lanche na minha agenda.
um lanche comigo mesmo, ao qual não chegarei a tempo.
tenho fome, tenho fome de um fusil de verdade.
[Nuno Travanca]
segunda-feira, junho 11, 2007
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